Dia 25 - Dia Laranja

segunda-feira, Março 25, 2019
Dia Laranja

 

Pelo fim da violência contra Mulheres e Meninas!

A Soroptimista Internacional das Américas vem atuando no combate à violência contra mulheres e meninas desde a sua fundação, em 1921, através de programas que visam dar oportunidade para mulheres se profissionalizarem e construírem sua autoestima através da independência econômica e valorização cidadã. Agora, mais do que nunca, os Programas Viva seu Sonho e Sonhe, Realize, de profissionalização de mulheres e meninas, buscam prevenção ao risco de violência de gênero que é exponencialmente maior para aquelas oprimidas econômica e culturalmente.

Na Região Soroptimista do Brasil, as Governadoras têm a prerrogativa de compor sua Diretoria com uma Coordenação de Combate à Violência contra Mulheres e Meninas, e assim vem acontecendo, gestão após gestão. Cada vez mais, esta Coordenação se faz necessária, e deve trabalhar junto a cada Clube da Região pelo fim da violência de gênero.

Entre os 193 países do mundo elencados pela ONU, o Brasil ocupa o 5º lugar em violência contra as mulheres.

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), de 30/10/2017, 13 mulheres são assassinadas, por dia, em decorrência da violência de gênero e 135 são estupradas, numa média de quase 6 mulheres e meninas estupradas, por hora! Segundo o Atlas da Violência de 2018, 50% das vítimas de estupro têm até 13 anos de idade. Apesar disto, e do estupro ser crime hediondo, um terço das pessoas entrevistadas numa pesquisa do Datafolha, encomendada pelo FBSP e divulgada em 21/09/2016, considera, a vítima, culpada pelo estupro, 42% dos homens disseram que mulheres que se dão ao respeito não são estupradas e 32% das mulheres concordaram com isto… Mas, 85% das mulheres receiam ser vítimas do crime…

Vivemos, portanto, numa sociedade violenta e machista, em que se tende a questionar a vítima em relação às causas da agressão e onde a sororidade – união e aliança entre as mulheres, baseada na empatia e companheirismo – palavra que tanto tem a ver com o nome de nossa organização, é pouco praticada.

Multiplicam-se ativismos pelo fim da violência contra as mulheres, pelo mundo e no Brasil, porque não estamos dispostas a retroceder um milímetro em nossas conquistas por direitos de igualdade de oportunidades, liberdade de comportamentos, e autonomia sobre nosso próprio corpo. Enquanto isso, a resistência a estas conquistas aumenta a ponto de aumentar a violência, principalmente contra mulheres negras e pobres.

O Atlas da Violência de 2018, apresentado pelo Ipea em 05/06/2018, revela um aumento médio de 15% nos assassinatos de mulheres negras nos últimos 10 anos. Em 12 estados brasileiros o aumento foi de 50%, e, no Amazonas e Rio Grande do Norte, de 100%!

Apesar da maioria destes assassinatos não ser considerada feminicídio, por não constar no Sistema de Informação de Mortalidade a motivação do crime, sabe-se que, em sua grande maioria, a vítima já havia sofrido outras violências de gênero (psicológica, patrimonial, física ou sexual) e que, portanto, o desfecho fatal poderia ter sido evitado em muitos casos, se as mulheres tivessem tido apoio para sair de um ciclo de violência.

Nós, Soroptimistas, temos sido conclamadas por nossa organização a sermos este apoio através dos Programas Sonho, amadrinhando e orientando meninas do Sonhe,Realize e acompanhando de perto as mulheres do Viva seu Sonho. Constantemente, nestes dois Programas, nos deparamos com nossas mulheres e meninas vivendo em situação de violência. E, muito mais vítimas conheceremos quanto mais nos envolvermos em nossa missão soroptimista.

A sororidade deve ser, portanto, nossa prática diária, porque estamos vivendo numa nação onde mulheres e meninas são violentadas e mortas num grau assustador, e não podemos nos eximir. Não nós, as Soroptimistas!

Somos responsáveis pela conscientização pelo fim da violência contra mulheres e meninas em todas as oportunidades, irmanando-nos com as vítimas e com todas as mulheres. Trabalhando pela prevenção e em ações de ajuda após a violência, com o objetivo de auxiliar as sobreviventes a viver melhor, com mais produtividade e menos estresse do que viveriam se não fossem ajudadas.

A conscientização e o posicionamento claro pelo fim da violência contra mulheres e meninas podem aproveitar o Dia Laranja, dia 25 de cada mês, internacionalmente dedicado a isto, e em especial o dia 25 de novembro, dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher. Mas, nossa postura em relação ao tema deve ser constante.

As ações de ajuda pós violência podem ter cada Clube da Região Brasil como referência para orientações e encaminhamentos, pela força e credibilidade que possui em sua cidade. Através de nossas ações, mulheres e meninas das cidades brasileiras com clubes Soroptimistas têm mais oportunidade de conhecer os caminhos para sair do ciclo de violência. Começam a reconhecer o que é violência, o que é abuso, se fortalecem para prevenir e para denunciar e têm oportunidade de buscar tratamento para os traumas.

A luta pela Igualdade de Gênero – igualdade de direitos, deveres e oportunidades entre mulheres e homens – é nossa, exatamente porque desejamos o melhor para as mulheres. Só através dessa igualdade diminuiremos a violência contra mulheres e meninas e teremos menos homens criminosos, numa sociedade mais saudável e feliz.
Contem com o total apoio desta Coordenação, para isto.

Soroptimista = Sororidade = Combate à violência contra Mulheres e Meninas

Coordenadora de combate à Violência Contra Mulheres e Meninas da Região Brasil 2018-2020
Vitória Maria Frighetto Hirt

Fonte: soroptimistbrasil.org.br

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